23/10/2007

Jogo ao vivo - A saga de ir a um estádio de futebol (parte 3)

Durante o jogo você sepre ouve alguém gritar: "Senta aí!". Sempre achei que isso era coisa de jogo de futebol no interior. Em quase todos os jogos do Rio Claro eu escuto os tiozinhos pedindo pra galera se sentar. No Morumbi foi a mesma coisa. E com um agravante: se você tem um amigo muito alto e esse cara ainda leva uma bandeira para o estádio, é melhor não ficar atrás dele.

Comer durante o jogo é complicado. Jogo ao vivo não tem replay, se você for ficar procurando vendedor é bem capaz de perder algum lance do jogo. E, até parece que é de propósito, o vendedor, quando passa, passa bem quando seu time ataca.

Gol do Tricolor. É a sensação mais incrível do mundo. Gritar gol com outras 60.000 pessoas. Depois do gol não deu mais nem pra conversar de tanto que a torcida cantava. É simplesmente fantástico.

Comemoramos dois gols. O nosso, de Jorge Wágner, e o do Náutico.

Fim de jogo. Vitória do Tricolor. Festa da torcida.

Aí começa a aventura de voltar para a kombi. Pra entrar é relativamente fácil. Afinal, as 60.000 pessoas não chegam de uma vez ao estádio. Pra sair já é diferente. Imagine toda essa gente saindo ao mesmo tempo. Tem que ter paciência. Aliás, muita paciência. A gente vai andando bem devagar. Nessa hora encontrei um senhor, bem velhinho, com seu radinho andando no meio da multidão. Fui puxando assunto e perguntei se ele frequentava o estádio e para minha surpresa ele disse que quase nunca perde um jogo do Tricolor de domingo a tarde. Perguntei se ele não tinha medo de tumultos ou brigas de torcida e ele me contou que as torcidas só brigam quando são rivais. Aliás, na multidão, andando em direção aos portões do Morumbi, eu conversei com quase todo mundo que passava perto. É bem legal.

Saindo do portão do estádio, na rua, já dá pra andar mais tranquilamente. Só tem que tomar cuidado com os vendedores, que praticamente se jogam na sua frente. Parei nas barraquinhas ali na frente do portão 6 e comi outro lanche de pernil.

Aí deu pra ver que o que falta mesmo para melhorar a vida do torcedor nos jogos de futebol é um pouco de bom senso dos próprios torcedores. Muita gente, muita gente mesmo, vai de carro e faz questão de parar o carro nos estacionamentos bem próximos ao estádio. Imagina 60.000 pessoas saindo do estádio e andando na rua, simplesmente não dá pra sair de carro nessa hora. Não adianta ficar buzinando, nem reclamando que o cara que estacionou o carro na frente do seu não chega. Muita gente vai dizer que não tem transporte público para o jogo. Aí já não posso falar nada. Como não moro em São Paulo, não conheço o transporte público em dias de jogos.

Paramos a kombi a uns 300 metros da entrada do Morumbi. Claro que o tal flanelinha que jurou que estaria ali no fim do jogo não estava. Economizamos mais R$10,00 do "estacionamento". Todo mundo dentro da kombi, uns com voz, outros sem. Foi só encontrar uma van que fosse para a Bandeirantes pra seguirmos e mais uns 40 minutos e estavamos na estrada, voltando pra casa.

Conclusão, não é impossível ir ao jogo. Tirando a dificuldade de comprar ingressos antecipados, o resto foi muito tranquilo. Claro que não dá ir ao estádio achando que tudo será uma maravilha, porque não é. Tem que ter paciência e bom senso. E saber que você precisa tomar os cuidados básicos para ir ao estádio. Dá pra levar sua namorada, tranquilamente. Só não deixe ela ir de mini saia e salto alto. Dá pra levar câmera digital. Dá pra levar seu filho, sua familia. Basta ter bom senso.

Agora pretendo ir ao jogo do Brasil nas eliminatórias contra o Uruguai dia 21 de novembro.

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