02/10/2007

As torcidas organizadas

Domingo a noite eu fiequei assistindo o Mesa Redonda, da TV Gazeta, e vendo as torcidas do Botafogo e do Corinthians fazendo terrorismo com os times que dizem que torcem. Terrorismo sim! A torcida tem seu papel, e deve fazê-lo, mas sem exageros. O terrorismo protesto da torcida do Botafogo foi antes do jogo contra o Goiás, em que o Botafogo perdeu por 3 a 1 jogando no Maracanã. Adiantou alguma coisa? Já a torcida do Corinthians fez seu terrorismo protesto depois da derrota para o Sport, de 2 a 1, também jogando em casa.

O papel da torcida é claro: torcer. E só. Se quiser protestar, que pague ingresso e proteste no estádio. É lá que ela deve manifestar sua paixão ou indignação pelo time e por seus jogadores. Invadir um campo de treinamento, que é propriedade privada do clube, para ameaçar os jogadores que estão lá trabalhando é crime.

Torcida organizada hoje pra mim é o mesmo que gangue organizada. Recentemente, no clássico entre Palmeiras e São Paulo, quem não viu a torcida sãopaulina indo para o estádio do Palmeiras? Aquilo é uma vergonha. A maioria dos torcedores, se é que podemos chamá-los de torcedores, mal se importa com o time que torce, estão mais preocupados com a guerra entre as torcidas rivais. Pior é saber que a polícia não faz nada. Ninguém é preso. Ainda pior é saber que policiais e viaturas são chamados para escoltar esses vandalos até o estádio. Esses policiais estão lá para proteger os terroristas torcedores ou proteger a cidade do vandalismo deles?

Em 2005 fui ao clássico entre São Paulo e Palmeiras, pelo Paulistão, e vi integrantes de torcidas organizadas do São Paulo roubando camisas de torcedores comuns, e torcedores do mesmo time! Dentro do Morumbi, um "torcedor" desmaiou de bêbado, próximo onde eu estava, ele carregava uma sacola, dessas de plástico, cheia de camisas oficias. Tenho certeza que foram as mesmas roubadas do lado de fora, antes do jogo. No mesmo ano, fui assistir Ponte Preta e São Paulo, em Campinas. No fim do jogo tivemos que fugir da torcida da Ponte e na correria me aproximei de uma viatura da Polícia Militar. Fui expulso de lá por um policial que não queria que a torcida da Ponte atirasse pedras em mim e acertasse a viatura. Fui salvo por um senhor que abriu o portão da sua garagem para que eu e outros torcedores pudessemos nos esconder da "torcida" da Ponte Preta.

Esse é o retrato dos nossos jogos de futebol. E ainda querem trazer a Copa do Mundo pra cá.

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